Clínica Veterinária Dra. Graziela Ramos

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Cuidados sazonais

Primavera

  • Parasitas, Prurido, Alergias, Processionária (Lagarta-do-Pinheiro)

    Nesta altura do ano, podemos estar atentos a alguns agentes de doença e sintomas, para termos o nosso animal de companhia protegido:

    Parasitas externos – se no Inverno podem relaxar em alguns produtos de cuidados para parasitas externos, a partir de Março recomenda-se a administração mensal de produtos de ampla cobertura (além da pulga, a carraça, o piolho, moscas e os mosquitos).

     

    Comichão (Prurido) muito intenso, morder e arrancar pêlo, aparecimento de feridas e crostas pode denunciar sarnas ou alergias (á pulga, ambiental – atopia).

     

    Espirros, tosse, conjuntivites, dermatites com prurido podem significar alergia ambiental (a gramíneas, pólens ou ácaros).

     

    Processionária, ou Lagarta-do-Pinheiro, cujo ciclo de vida passa pela descida das árvores coníferas entre Fevereiro e fins de Maio, e que podem ser causa de intoxicações severas e necrose tissular (de tecidos) grave em humanos e animais domésticos através do contacto com os seus pêlos urticantes. Muito cuidado portanto, nos passeios e contato com árvores e se virem lagartas nos troncos e raízes por onde possam passear.

Verão

  • Tosquias e Banhos, cuidados com o calor, o sol, praias e passeios em geral

     Em geral ambas as espécies (cão, gato) sofrem perdas de pêlo em graus variáveis, de forma que pode ser necessário suplementar as dietas diariamente com ácidos gordos essenciais para minorar este efeito. Nos gatos, pode inclusivé ser útil dar Malte para diminuir a incidência de bolas de pêlo e problemas gastrointestinais como vómitos ou obstrucções.

     

    Muitas raças de cães (e alguns gatos também) podem desde Março e neste período fazer a tosquia do seu pêlo, por forma a aliviar a má pelagem e facilitar a manutenção do mesmo, os banhos, o pentear e a aplicação de produtos de protecção externa.

     

    Especiais cuidados com o calor e o sol em excesso são mandatórios, porque podem desencadear uma série de fenómenos e comprometer severamente a saúde do animal – desidratações, problemas respiratórios, choque térmico. Portanto, passeios e caminhadas devem ser acompanhadas de recipiente com água e paragens ocasionais á sombra para o animal relaxar e hidratar-se devidamente.

     

    A frequência de certas paragens deve ser sempre acompanhada de perto pelo proprietário: em muitas praias e matas, são deixados para trás restos de comida, embalagens, e ás vezes mesmo produtos tóxicos que podem ser potencialmente ingeridos pelo seu cão e originar quadros clínicos agudos e graves, ou mesmo fatais.

     

    Não se podem esquecer as recomendações de desparasitação interna e externa regular, mas também convém relembrar que, sendo uma altura muito comum de férias, existem zonas do país e estrangeiro que são alvo de doenças endémicas que por vezes não existem na nossa zona de residência. Deve consultar o seu médico veterinário antecipadamente para prevenir a necessidade de administrar medicamentos de protecção contra esses mesmos agentes (Ex: dirofilariose, leishmaniose).

     

    Abandonar animais é crime!!! O Verão é uma altura de ano em que aumenta o número de animais que chegam a associações, canis e refúgios animais. Para todos os gostos e carteiras, existem cada vez mais soluções para deixar o seu animal durante as férias, e muitos sites também já dão indicação dos múltiplos hotéis e alojamentos que permitem levar o seu animal e partilharem em família esta altura do ano.

     

Outono

  • Viroses e Dermatofitoses

    Viroses: Não são exclusivas do Outono, mas nesta altura de ano aparecem em maior número. As infecções víricas são mais comuns nos animais jovens ou adultos não vacinados. Normalmente os sintomas são gastroenterites severas, que se podem tornar hemorrágicas, e podem ser mesmo fatais fruto da baixa de defesas, desidratação e infecções secundárias. Também é comum a consulta de gatos com sintomas respiratórios marcados, desde espirros, conjuntivites, tosse, dispneia, sinais compatíveis com vírus de coriza felina.

     

    Dermatofitoses: Problemas de fungos surgem também nesta altura. As apresentações podem ser variadas, mas normalmente vemos perdas de pêlo (alopécia) circulares com alguma seborreia em redor da lesão, localização em focos por diferentes zonas de corpo e com pouco ou nenhum prurido. Caso se tornem mais sérias, o animal pode perder bastante pêlo e a pele ficar muito descamativa. O risco de transmissão a outros animais e humanos é alto, e são muitas vezes essas novas lesões a insurgirem nas pessoas e noutros animais da casa que alarmam os donos de que existe um quadro dermatológico mais sério do que imaginavam.

Inverno

  • Cuidado com a pulga!

    No período de Inverno, ao contrário do que muitas pessoas julgam, devemos manter cuidados de desparasitação externa, pelo menos contra a pulga (e desde que não estejamos em zona com outros parasitas endémicos).

     

    A pulga sobrevive e é activa nas temperaturas amenas que temos muitas vezes no nosso país nesta época do ano. Ainda para mais, sendo que muitos dos nossos pacientes coabitam conosco no interior das nossas casas, a temperatura média de muitas habitações (e ainda mais se utilizarmos aquecimento) permite a rápida postura de ovos (ao fim de 24-48h), sendo que o seu ciclo de vida concentra 95% dos mesmos obrigatoriamente no ambiente.

     

    É frequente virem animais à clínica para consultas de rotina, e em que diagnosticamos presença de pulgas em pleno Inverno. Torna-se fundamental manter o controlo antiparasitário no animal, mas também focarmo-nos no ambiente, sendo que em muitos casos é este a fonte de reinfestação do nosso animal de companhia.

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